Na reedição de um palco marcante da sua história recente, o Fluminense voltou a sorrir e aumentou a crise colorada. Com dois gols de Everaldo, o Tricolor venceu o Internacional por 2 a 1, fora de casa, na noite de quarta-feira (30), e largou na frente no confronto das oitavas de final da Copa do Brasil. O resultado, que encerra uma incômoda sequência de cinco derrotas seguidas, alivia a pressão sobre a equipe comandada por Renato Gaúcho, que reencontra no Beira-Rio, palco da épica classificação sobre o próprio Inter em 2023, um respiro necessário no momento mais turbulento da temporada.

Do outro lado, o Internacional seguiu sem demonstrar sinais de reação. Sob um clima de tensão, protestos e desconfiança, o time de Roger Machado apresentou um futebol travado, previsível e pouco eficiente. A torcida, que chegou a recepcionar o elenco com cânticos e apoio antes do jogo, foi embora vaiando a atuação apática e a falta de criatividade de uma equipe que parece longe de competir em alto nível neste momento da temporada. Agora, precisa vencer no Maracanã por um gol de diferença para forçar os pênaltis, ou por dois ou mais para se classificar diretamente.

Primeiro tempo

Renato Gaúcho optou por uma formação com três atacantes e promoveu o retorno de Guga, improvisado na lateral esquerda, diante das ausências por lesão de Renê e Júnior. A mudança trouxe leveza ao time, que começou o jogo apostando nas jogadas pelo lado direito e na velocidade de Serna. Logo aos nove minutos, o atacante venceu a disputa com Bernabei, carimbou a trave e, na sobra, Vitão falhou ao afastar, servindo Everaldo, que desencantou após 13 partidas sem marcar.

O gol inicial mexeu com o Inter, que teve dificuldades para se organizar. A resposta Wesley finalizou e Fábio espalmou, Carbonero apareceu livre no rebote para empatar e acender as arquibancadas. Mas a reação parou por aí. Aos 39, Serna voltou a aparecer em jogada individual, deixou dois marcadores para trás e cruzou para Everaldo, que marcou o segundo e recolocou o Flu em vantagem antes do intervalo.

Segundo tempo

A segunda etapa começou com uma escolha inesperada de Roger Machado. Mesmo em desvantagem em casa, o treinador sacou Bruno Henrique e colocou Ronaldo, volante de marcação, deixando o time menos agressivo. O Inter teve posse de bola, mas pouco agrediu. As trocas ofensivas com Valencia, Tabata e Gustavo Prado não surtiram efeito, e a equipe sequer criou chances claras para empatar. A falta de ideias, a lentidão nas trocas de passes e a ausência de brilho individual selaram mais uma atuação decepcionante no Beira-Rio.

Já o Fluminense, com o placar favorável, soube controlar os espaços, valorizou a posse e teve maturidade para resistir às investidas desorganizadas do adversário. Se faltou volume ofensivo na etapa final, sobrou leitura de jogo e consistência defensiva. Fábio apareceu quando exigido, e a dupla de zaga, com Felipe Melo e Martinelli, deu segurança. A vitória por 2 a 1, construída com autoridade no primeiro tempo e administrada com inteligência no segundo, representa mais do que vantagem no confronto, é um sopro de confiança para o Flu tentar retomar o rumo na temporada.

Restante da temporada

Com a derrota, o Internacional acumula dois jogos sem vencer e desperdiça a chance de construir vantagem em casa antes do confronto decisivo no Maracanã. Roger Machado, elogiado no início do trabalho, vive agora seu momento mais pressionado. A distância para o líder do Brasileirão é de 15 pontos, e a continuidade na Copa do Brasil e na Libertadores está ameaçada. O mês de agosto promete ser determinante para os rumos da temporada colorada, e uma nova eliminação pode custar caro.

Já o Fluminense celebra não só a vitória fora de casa, mas o reencontro com uma atuação coletiva sólida. Everaldo, criticado nos últimos meses, brilhou com dois gols e aliviou a pressão que pairava sobre o elenco. O time de Renato agora joga por um empate no Maracanã para avançar às quartas, em um duelo que marcará mais uma vez o retorno à sua casa favorita nos últimos grandes capítulos da história recente. Se a virada de chave pós-Mundial precisava de um gatilho, ele pode ter acontecido em uma fria noite gaúcha.

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