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publicado 31 de jul. de 2025 · por Vitor Cravari

O carrinho, o passado e o limite da rivalidade

Mesmo com o histórico polêmico de Fagner, entrada violenta de Pottker ultrapassa os limites do aceitável

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Na noite de quarta-feira, no Mineirão, o jogo entrava em sua fase final quando uma cena rouba o protagonismo de um futebol morno entre Cruzeiro e CRB: William Pottker chega com tudo em Fagner, lateral marcado por polêmicas e entradas duras ao longo da carreira. Um lance que ultrapassou a disputa esportiva e reacendeu velhas discussões sobre ética, revanche e o tal “jogo viril”.

É verdade que Fagner carrega um histórico de lances duros. Não são poucos os vídeos que circulam pela internet mostrando entradas que passaram do ponto, algumas, inclusive, resultando em lesões graves nos adversários. Durante anos, seu nome foi associado a uma agressividade desmedida em campo, sendo frequentemente taxado como um jogador violento, que ultrapassa os limites da competitividade. Fagner sempre foi sinônimo de intensidade, mas também, em muitas ocasiões, de imprudência.

No entanto, o que Pottker fez não deve ser tratado como resposta ou justiça com as próprias mãos. O carrinho aplicado no fim do jogo não foi apenas um lance duro, foi uma entrada desleal, em que o objetivo parecia tudo, menos disputar a bola. 

Mais preocupante ainda foi o que veio depois: Fagner acusou Pottker de desejar que sua perna tivesse sido quebrada. Mesmo que haja controvérsia na fala, com Pottker afirmando que foi mal interpretado, em um publicação no Instagram, o simples fato de termos chegado a esse ponto é sinal de que algo está fora de lugar.

No futebol, rivalidades são parte do tempero. Entradas duras fazem parte do jogo. Mas há um fio, quase invisível, que separa a raça e a firmeza da maldade. E quando se cruza essa linha, não importa se o atingido tem histórico de faltas ou de fair play: ninguém merece sair de campo ferido por um gesto intencional.

Se Fagner deve ser cobrado por seu passado, que seja pelos árbitros, pelos técnicos, pelos colegas. Não por uma entrada que mais parece ajuste de contas do que jogada. 


Foto Destaque: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

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